Do interior paulista, viajarão para a Europa, entre 14 e 25 de novembro, estudantes do 8º ano de escolas públicas de sete municípios. São eles: Ribeirão Preto, Serrana, Lençóis Paulista, Macatuba, Rancharia, João Ramalho e Quatá
Um grupo de 124 alunos e professores do 8º ano, de escolas públicas de Pernambuco, Bahia, Paraná e São Paulo, embarcarão em novembro para uma viagem de dez dias a Portugal. A experiência, que acontecerá entre os dias 14 e 25/11, faz parte de uma imersão cultural que inclui visitas a escolas, museus e importantes centros históricos, como os palácios de Mafra e Queluz (onde morava a família real que veio ao Brasil), a Biblioteca Nacional, a Torre de Tombo, entre outros. Essa terceira fase do projeto "Era uma Vez... Brasil" visa conectar as novas gerações à história que une Brasil e Portugal, promovendo o entendimento das influências culturais que formaram a identidade brasileira.
Promovido desde 2011, o projeto é dividido em quatro etapas e, neste ano, teve início em janeiro, com a pesquisa e produção de histórias em quadrinhos que retratam a Independência do Brasil sob o tema "Mais que o Ipiranga: a independência de outros ‘Brasis’". As melhores HQs, produzidas por estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental, foram reunidas em um livro que é distribuído em escolas e bibliotecas no Brasil e em Portugal.
Na fase seguinte, em julho, os estudantes participaram de um campus de vivências culturais, onde tiveram contato com a cultura afro-brasileira e indígena, além de oficinas de produção audiovisual, que resultaram em curtas-metragens. A partir dessas experiências, o projeto selecionou os alunos que agora se preparam para a viagem a Portugal. Do Estado de São Paulo, seguirão para a Europa estudantes de três cidades centrais com outras agregadas Ribeirão Preto (incluindo Serrana); Lençóis Paulista (Macatuba); Quatá (Rancharia e João Ramalho).
Maria Heloísa Gaspari Narciso, 14 anos, aluna da escola Professora Fanny Altafim Maciel, em Macatuba (SP), compartilha seu entusiasmo: “Estou feliz e muito empolgada com tudo o que já vivi nesse projeto e por tudo que está por vir. Minha expectativa é encontrar novas culturas e vivenciar experiências com pessoas de outros estados brasileiros e de outro país”. Para Yasmin Cristina da Silva, 14 anos, aluna do Centro Educacional de Ensino Integral Orígenes Lessa, em Lençóis Paulista (SP), a experiência já está superando suas expectativas. “A etapa do campus foi incrível. Espero encontrar em Portugal culturas, lugares, comidas e paisagens diferentes, pois eu nunca saí do país e estou extremamente disposta e agradecida por ter essa oportunidade”, projeta a estudante.
“Estou muito animado e espero que essa viagem seja incrível, porque vou conhecer outro país, uma cultura diferente da nossa. O projeto foi uma das melhores experiências que já tive na vida”, comenta Arthur Dias, 14 anos, da E.E. Jardim das Rosas, em Serrana (SP). Para Noemi Barbosa dos Santos, 13 anos, da escola Dom Antônio José dos Santos, em Quatá (SP), a expectativa também é alta: “Acredito que vou fazer vários amigos e aprender mais e mais com esse projeto incrível”.
![Grupo de alunos selecionados em Ribeirão Preto](https://static.wixstatic.com/media/71558a_766865117b554169bfcb8b02417b0d04~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_653,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/71558a_766865117b554169bfcb8b02417b0d04~mv2.jpg)
Experiência gratificante
Além dos estudantes, os professores também vivenciam esse processo de maneira transformadora. A professora Ana Carolina Sampaio Villela, da EMEF Antonio Palocci, em Ribeirão Preto (SP), expressa sua satisfação em acompanhar o desenvolvimento dos jovens: “Ver meus alunos criando um material tão rico como as Histórias em Quadrinhos e olhando para a História de um jeito crítico é gratificante. O intercâmbio vai me proporcionar conhecimentos que levarei para a sala de aula, até mesmo pelo contato com escolas portuguesas”. Adrieli Rodrigues Ferrari, professora da escola Virgílio Capoani, de Lençóis Paulista (SP), reforça a importância das ações na reflexão sobre identidade e etnia: “O projeto trouxe à tona questões sociais presentes na sociedade, proporcionando uma visão da História mais próxima da realidade dos alunos”.
Na última fase do projeto "Era uma Vez... Brasil", prevista para dezembro, os alunos retornarão a suas comunidades para implementar projetos culturais e educativos. "Todo este processo, ao longo das quatro etapas de realização, tem se mostrado uma poderosa ferramenta de transformação, envolvendo a comunidade escolar e impulsionando a autoestima dos jovens, que descobrem que podem transformar a realidade por meio de suas ações", comenta coordenador geral do projeto, Guilherme Ramos Parreira.
O projeto "Era uma Vez... Brasil" é uma realização da Origem Produções e acontece por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, Governo Federal e patrocínio de Hiperideal, Grupo Moura, Jacobina Mineração, Pan American Silver Brasil, Rocha, Zilor Energia e Alimentos, Rodonaves, Lwart Soluções Ambientais e Instituto Brasil Salomão do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia.
Para Ana Rita Camargo Cocito, coordenadora de Comunicação e Responsabilidade Social da Zilor, essa ação tem um valor cultural e educacional significativo, enriquecendo o repertório dos alunos ao oferecer uma visão mais ampla e diversa da nossa história. “Além de conectar os estudantes às suas origens, as atividades propostas geram reflexões e vivências transformadoras, ajudando-os a compreender o presente e a pensar na construção de um futuro melhor”, avalia Ana Rita.
Rodrigo Forcenette, diretor executivo de Brasil Salomão e Matthes Advocacia e presidente do Instituto Brasil Salomão, conta que as bases da proposta educacional do “Era uma vez” foram definidoras para o escritório e o Instituto se tornarem parceiros e, principalmente, por conta do destino final dos estudantes a Portugal, país que abriga duas unidades do escritório, nas cidades de Lisboa e Porto, além das 10 unidades que mantém no Brasil. “Acreditamos que essa vivência dos estudantes, primeiro no Brasil, com aulas de História voltadas à ampliação da sua consciência crítica, depois no campus quando produziram projetos culturais como mini documentários e, agora, com a efetivação de um intercâmbio para Portugal, formarão uma experiência única e muito transformadora, que com certeza, refletirão em suas histórias de vida”, destaca.
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